Passagem dos símbolos da JMJ pela Diocese de Menongue
O Arcebispo do Huambo Dom Zeferino Zeka Martins tem seguido com os símbolos da Jornada Mundial da Juventude pelo Sul de Angola, através de duas dioceses, nomeadamente a Arquidiocese do Huambo e a Diocese de Manongue.
Depois que deixaram Benguela, no dia 19, os símbolos seguiram para a cidade do Huambo, planalto central angolano, onde o prelado os recebeu e com eles seguiu, depois, para a Diocese vizinha do Cuando-Cubango, a pouco mais de 980 km de Luanda.
Em dois dias de presença nas chamadas terras do progresso, a Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani constituíram-se num verdadeiro convite à oração.
Os símbolos foram trazidos do Huambo para o Cuando-Cubango, destinos separados entre si por mais de 417 km de estrada, em caravana automóvel, numa viagem de cerca de 4 horas e meia, com asseguramento garantido por um corpo de segurança da Polícia Nacional de Angola.
Os jovens de Menongue foram o grande alvo deste chamado. O ponto mais alto foi a missa celebrada por Dom Zeferino Zeca Martins na véspera da despedida para a Diocese do Kuito. O prelado veio da Arquidiocese do Huambo, com o propósito de assinalar a presença dos símbolos da JMJ na capital do Cuando-Cubango.
Tendo convidado a todos a contemplarem os símbolos, Dom Zeka Martins destacou o Ícone de Maria com o Menino nos braços, como a presença materna e carinhosa da Mãe, que desde a concepção até à morte de Jesus na cruz, soube estar presente na vida Filho a tempo inteiro.
“Ela também hoje faz-se presente na vida de cada jovem angolano; no peregrinar das estradas e caminhos que tiram a esperança à nossa juventude; na vida dos jovens que se encontram desesperados por falta de saúde, porque a assistência sanitária não chega às suas aldeias e comunidades”, disse.
Na homilia da missa de envio dos símbolos à cidade do Cuíto, província do Bié, Dom Zeferino Zeca Martins augurou, com a força da oração, por esta ocasião, mais esperança para os jovens que, padecendo de várias enfermidades, como a malária, a Covid-19 e outras doenças, caem no desespero, sem capacidade para sonhar com um futuro próximo, apto a norteá-los novamente.
Lembrou os jovens que não conseguem dar melhor seguimento aos seus estudos e à sua capacitação profissional, devido a constrangimentos de vária ordem que, de um modo cada vez mais preocupante, marcam negativamente a dinâmica do progresso e a expectativa da juventude angolana.
“Maria faz-se presente na vida dos nossos jovens, aqueles de tanto procurarem um emprego e não o encontram, veem as suas vidas, energias, sonhos e talentos, bem como a sua capacidade intelectual e produtiva, orientados, única e exclusivamente, a serem vendedores de rua ou cupapatas, nas cidades e vilas deste nossa Angola”, disse o prelado.
Pediu aos fiéis, sobretudo, aos jovens a nunca deixarem de olhar para a Cruz de Cristo, considerando ser muito comovente contemplar o mistério que a envolve. “A cruz, que parece ser sinal de derrota e escárnio, é para nós, sinal de triunfo da vida e da glória. Na Cruz de Cristo está o amor infinito de Deus para a humanidade. Ide, pois anunciar esta verdade aos outros jovens, tal como vo-lo mandou o Papa São João Paulo II, quando vos entregou esta cruz missionária ao dizer-vos ‘queridos jovens, ao encerrar o Ano Santo, confio-vos, o sinal deste ano jubilar, a Cruz de Cristo. Levai-a pelo mundo inteiro e anunciai a todos que só em Cristo há salvação e redenção’.”
(Alexandre Cose, da Coordenação do Escutismo Católico de Angola)